A Justiça do Estado de São Paulo condenou o motorista de aplicativo Lúcio Douglas Rabelo da Silva a 16 anos de reclusão pelo assassinato da jovem trans alagoana Anna Luísa Pantaleão, de 19 anos. O crime ocorreu em setembro do ano passado e chocou a cidade de Pão de Açúcar, Alagoas, onde Anna Luísa nasceu e cresceu, antes de se mudar para São Paulo em busca de novas oportunidades.
O julgamento aconteceu na manhã de quarta-feira (13), na 2ª Vara Criminal de Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo. A sentença foi proferida pelo juiz responsável pelo caso na tarde do mesmo dia, após análise minuciosa das provas e depoimentos das testemunhas de acusação e defesa.
“Acabou. Estamos aliviadas e tranquilas. A Justiça foi feita”, declarou Ana Cláudia, avó da vítima, aliviada com a decisão que, para a família, representa o encerramento de um ciclo de dor e angústia.
O CASO
Anna Luísa Pantaleão havia se mudado de Alagoas para São Paulo, onde trabalhava como garota de programa. No dia 4 de setembro do ano passado, amigas da jovem relataram seu desaparecimento. Dias depois, o corpo de Anna Luísa foi encontrado às margens de uma rodovia no interior de São Paulo.
Em depoimento, Lúcio confessou o crime, alegando ter contratado Anna Luísa para um programa, mas, ao descobrir que ela era transexual, desistiu do encontro. Segundo o acusado, a situação gerou uma discussão e uma luta corporal, durante a qual ele a golpeou fatalmente.
Após o crime, Lúcio foi até um motel em Santana de Parnaíba, onde enrolou o corpo da vítima em um cobertor e, em seguida, o abandonou na cidade de Pirapora. A decisão judicial desta quarta-feira trouxe alívio para os familiares da jovem e representou um marco importante na luta contra a violência de gênero.